segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Fim de Semana em Chamas

De início vou comentar o fim. Vamos aos resultados. Um corpo em chamas de tanto sol, mais de 14 km de caminhada com mochila, barraca, colchonete e bugigangas nas costas, litros de bebidas pelo caminho, uma lagoa, um rio, uma praia, dunas e pegue estrada.

Era pra a turma do Blog Catorze estar toda presente. Seria um acampamento catorzeano com tudo que tem de direito, no entanto, por motivos extraterrenos, apenas quatro integrantes se embrenharam numa empreitada que levaria até um dos lugares mais lindos do litoral norteriograndense, como apontam várias revistas de turismo. Junte aos quatro integrantes do Catorze, duas presenças ilustres, Daguinha e Roberto, um casal desenrolado que em muito contribuiu na viagem.

A turma foi incompleta, mas repleta de vontade, de caminhar, pelo menos de início, quando optamos por descer na Vila de Punaú, crentes que a paradisíaca praia estava ali, a 4 km. Ledo engano, pra não dizer leso. Então pegue caminhar com todas as bagagens nas costas por um caminho sem fim. Sem fim porque a cada indivíduo que aparecia no caminho a gente perguntava pela praia e as respostas eram as mais desanimadoras possíveis. “Rapaz, Punaú não tem praia não”. Macacada, imagine só você ouvindo isso. É de querer voltar pra casa. Mas tudo bem, fomos andando e juntando as informações até chegar a uma estrada de barro que acreditamos levar definitivamente a praia.

Muitas horas de caminhada depois, surge um carro em sentido contrário ao nosso. Ôpa, sai uma Caroninha pra praia aí?. Não!. Mas o motorista nos aliviou um pouco o cansaço avisando que um pouco mais a frente a gente chegaria a uma lagoa. Dizia o homem tratar-se de um lugar legal, com tudo, tudo pra gente. Pegue acelerar os passos.

Lagoa do Cutia. Nada de tudo, mas muito de relaxante. Uma lagoa azul muito da boa só esperando por nós. Ainda era manhã, quase dez, o sol ainda estava prestes a nos castigar. Corremos pra água e só saímos quando os dedos estavam prestes a desaparecer de tanto enrugarem. Havia um restaurante de um homem gente finíssima. O cara nos serviu umas cervejinhas massa pra nos refrescar do calor e depois nos serviu um PF de encher o bucho.

No entanto, nós tínhamos um fim. A lagoa era apenas o meio do caminho. O humilde homem do restaurante fez um preço camarada para nos levar ao nosso destino. Ele era um cara sem cerimônia, disposto a ajudar, gostou da nossa presença. Fomos todos no seu carro até o tal lugar paradisíaco. Antes, porém, ele foi até Zumbi mostrar um pouco do local, e principalmente a sua simples casa. Depois nos levou ao local onde pretendíamos acampar.

Ancoramos o barco e a tripulação catorzeana enfim pode curtir sem preocupações. Barracas prontas, hora de cair no rio. Estávamos em Barra de Punaú, lugar que separa as praias de Pititinga e Zumbi, lugar em que o Rio Punaú deságua no mar depois de banhar uma duna de areias branquíssimas que comporta coqueirais enormes. Tudo muito lindo mesmo.

Depois do rio, por que não umas ondas no mar? Lá fomos nós então. O exato ponto onde o rio e o mar se encontram. Um pouco de argila, água doce, água salgada. Tudo muito massa. O sol. Eu sei que existe protetor solar, mas às vezes você está disposto a cometer burradas. Foi o que aconteceu. Tostei na frigideira legal. E havia muito pela frente.

Anoiteceu. Caminhada de meia hora até a cidadezinha de Zumbi pra jantar. Um energético pra não deixar colar os olhos. Volta-se para o local das barracas, toma-se um banho, tirar o lodo do corpo às vezes é bom. Puxa-se de uma mochila um litro de cana do mal, de outra, um conhaque idem, pra acompanhar, umas tangerinas, chocolate, produtos elma chips e muito papo.

Conversa vai, conversa vem, foi-se a birita todinha. Uns foram se deitar, outros começar a noite. Todo mundo muito doido, então vamos nos embrenhar entre as dunas. Loucura total de 4 cabeças insanas, catorzeanas, cheias de cana. Pra tirar areia, cai-se no rio e por lá se fica. A noite caminha e a gente entende que é a hora de dar um descanso, enganar um pouco o corpo, a pele. Dorme-se.

Acorda-se. É muito cedo ainda. Uns caminham novamente até Zumbi pra tomar um cafezinho maroto. Outros preferem dar um tempo às pernas. Mas logo todos se juntam novamente e toma-se um banho de rio. O sol então decide terminar de queimar o que faltava. Novamente, eu sei, existe protetor solar, mas sabe como é, burradas acontecem, não é pra qualquer um.

Hora do almoço. Desarma-se as barracas, arruma-se tudo, zarpa-se a embarcação catorzeana adivinhem pra onde... Zumbi. Então pegue mais caminhada, dessa vez com a companhia de um sol de meio dia. Assamos na grelha legal. Uns pareciam camarão, outros uma picanha bem passada.

Zumbi. Um quiosquinho à beira mar. Muitas cervejas. Uma trilha sonora de batucada inexoravelmente fora de qualquer sintonia, o alegre e divertido batuque de bêbados de praia. Um peixe delicioso no almoço. Mais cervas enquanto o busão não vem. Chegou! É, galera... hora de irmos. No caminho, pouco papo. Apenas lembranças, sonhos. Todo mundo muito cansado. Satisfeito. Porra, amanhã é segunda! É, nem me fale, ter que voltar ao mundo real, a velha rotina de casa-trabalho-universidade-casa. Solo natalense, a festa acabou, sobra-se a nostalgia nos dias de chuva.



P.S: Eu continuo no ritmo de um acampamento todo mês. Já foram três com esse. Cada vez uma galera nova. Uns se juntam, outros dão um tempo. A essa galera de agora eu gostaria de dizer que gostei muito da companhia. Muita diversão e histórias. Um abraço especial à Daguinha e Roberto, pais de Beto que esteve presente ao lado das também catorzeanas Rayanne e Ceci. Completa a trupe, este vagabundo tostado que neste fracassado blog derrama o seu prazer.


Pra quem ainda não conhece, visitem: catorzeblog.wordpress.com

Um comentário:

Beto_Leite disse...

hehehe

\o

até a proxima!